Autor: Ygor Bernardes
24/04/2024
O julgamento de Gabigol no Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD), que resultou na suspensão de dois anos do jogador, revelou xingamentos e contradições entre os coletores da prova antidoping.
O acórdão do TJD-AD, com 42 páginas, detalha os votos dos nove auditores, que, apesar de unânimes em condenar o tratamento “grosseiro” e “rude” dispensado por Gabigol aos coletores, divergiram na decisão final.
Os cinco votos que sustentaram a punição de Gabigol se basearam em um conjunto de quatro comportamentos considerados “desconformes” pelo presidente do TJD-AD, João Antonio de Albuquerque e Souza. Segundo ele, as ações do jogador demonstraram “uma intenção clara de impedir a coleta e de afetar ou impossibilitar a análise da amostra”.
O voto do presidente do tribunal detalha os xingamentos dirigidos aos coletores por Gabigol, como “filhos da p***”, “vagabundos” e “palhaços”. Além disso, o acórdão descreve como o jogador teria tentado obstruir a coleta de sangue, escondendo o braço e exigindo a presença de um representante do Flamengo.
O voto de João Antonio de Albuquerque e Souza foi o último e crucial para a condenação de Gabigol. Ele reforçou a gravidade das infrações cometidas pelo jogador e considerou que as provas apresentadas eram “robustas e convincentes”.
Dos quatro votos contrários à punição, destaca-se o da vice-presidente do TJD-AD, Selma Fátima Melo Rocha. Ela contestou a confiabilidade dos depoimentos dos coletores, apontando “contradições” que, segundo ela, “tiram toda a credibilidade” dos mesmos.
A decisão do TJD-AD ainda pode ser contestada por Gabigol no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Enquanto isso, o jogador segue cumprindo a suspensão de dois anos, o que o impede de atuar em partidas oficiais até novembro de 2025.
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