Autor: Ygor Bernardes
02/05/2024
A sombra de novas punições da Fifa paira sobre o Santos, que já viu a entidade máxima do futebol impor duas vezes o “transfer ban” em 2024 por conta de dívidas com o Krasnodar (pela compra de Cueva) e com o Argentinos Juniors (por Gabriel Carabajal). E o fantasma de uma terceira sanção iminente assombra a Vila Belmiro.
O clube foi notificado pela Fifa para regularizar o pagamento da compra de Gabriel Carabajal, realizada em 2022 junto ao Argentinos Juniors. Essa é apenas a terceira cobrança do ano, e outras tantas devem surgir em breve.
O balanço financeiro do Santos em 2023 revela um cenário preocupante: mais de R$ 100 milhões em contas a pagar nos próximos 12 meses. Somado a isso, os passivos não circulantes (dívidas de longo prazo) ultrapassam R$ 143 milhões. Grande parte desse montante astronômico diz respeito a jogadores contratados durante a gestão do ex-presidente Andrés Rueda.
Jogadores como Jean Lucas e Soteldo, contratados para serem protagonistas no time, não corresponderam às expectativas e sequer se firmaram no Santos. Em 2023, o clube acabou rebaixado para a Série B e ambos os atletas deixaram a Vila Belmiro: Jean Lucas foi vendido ao Bahia e Soteldo está emprestado ao Grêmio.
A irresponsabilidade da gestão anterior gerou dívidas milionárias por reforços que não deram certo. O Santos ainda deve R$ 21,4 milhões ao Mônaco pela compra de Jean Lucas, em 2023. O valor poderá ser abatido parcialmente com a venda do volante para o Bahia, por R$ 24,2 milhões em janeiro deste ano.
Mas os problemas não param por aí. O Peixe também deve R$ 14,5 milhões à Sinergia Deportiva, do México, pela aquisição de Soteldo em 2023. O atacante venezuelano retornou ao clube em 2022, mas a compra foi finalizada no ano seguinte, junto ao Tigres, por cerca de R$ 19 milhões, com apenas parte do valor quitado até o momento.
A lista de credores do Santos inclui ainda o Cuiabá, a quem o clube deve mais de R$ 13 milhões pela compra de João Lucas. O lateral-direito foi contratado em dezembro de 2022, mas os termos da negociação não foram divulgados. No balanço de 2022, a dívida constava como R$ 6 milhões, mas no balanço do ano passado, subiu para R$ 13,7 milhões. Atualmente, ele está emprestado ao Juventude.
Outro jogador que está fora do Santos e gerou dívida é João Basso. O zagueiro foi comprado do Arouca em 2023, mas o pagamento não foi feito de acordo, gerando uma dívida de R$ 10,7 milhões para o Peixe. O defensor está emprestado ao Estoril Praia, de Portugal, até o meio do ano, e tem em seu contrato uma cláusula de retorno imediato caso Joaquim, titular da posição no Santos, seja vendido.
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